Bichos, e Deus ali tão perto

Pegue neste livro como numa espécie de guia prático para ouvir os animais falarem.
Mas os animais não falam!

Ora essa? Não falam, mas dizem coisas. Abra o livro e verá. Pegue nele com cuidado, pois é como uma caixa de surpresas: nunca se sabe o que vai sair. Assim, abra um capítulo à sorte e deixe-se levar como se fosse para uma saída ao campo ou para um passeio nas rochas à beira-mar: não se sabe o que se vai encontrar. Entra-se na sala grande dos segredos da natureza pela porta simples de um pequeno ser vivo.
O que é preciso é um bom guia. E o padre Carlos Azevedo Mendes sabe bem como fazê-lo, desde a hora da saída até ao modo de abrir os olhos para aquilo que, habitualmente, não se vê. É preciso pouca coisa: um chapéu, uns sapatos todo-o-terreno, um canivete, talvez. Mas, sobretudo, leve uma boa dose de abertura à surpresa e à beleza.

Ah! Como é grande a imaginação e a gratuidade da evolução criadora e do Criador onde tudo se encaixa numa harmonia dinâmica. A maior parte de nós não sabe olhar para a natureza…

Tanta gente que se queixa de “não ver a Deus”, de nada lhe tocar, de não saber o que fazer!… E Ele ali à distância de um dedo estendido.

Vasco Pinto de Magalhães s.j.